sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Como evitar a morte de sua empresa

Profª Ms. Ana Maria Conti Vieira

A taxa de mortalidade infantil das MPE´s, no Brasil, é um fator que assombra os estudiosos no assunto. Segundo uma pesquisa do Vox Populi, publicada em agosto de 2007[1], essa taxa alcançou o patamar de 35,9% em 2003 para todo o Brasil, sendo que destas 98,4% são micro empresas. A questão que se apresenta então, é como cada empresário pode trabalhar para evitar fazer parte de tão triste estatística, independentemente das ações governamentais.
Um dos grandes motivos de problemas detectados em empresas extintas é a falta de competências gerenciais do empresário. Na mesma pesquisa do Vox Populi percebemos que 47% das empresas extintas nos anos relativos à pesquisa (2003 – 2005) nunca procurou uma entidade ou instituição buscando auxílio ou assessoria.
Todo empresário, ao abrir seu próprio negócio, o faz pensando em suas habilidades numa determinada área como exemplo vendas. Mas acabam por esquecer que a empresa é um organismo vivo, que deve ser tratada como tal e, para isto, necessitam ter conhecimentos e habilidades para gerenciar a empresa como um todo.
Não é possível imaginar que a empresa seja feita de pedaços ou órgãos reconhecidos como departamentos de produção, de finanças, de vendas, de compras, administrativo e de marketing. A empresa só pode sobreviver se todo o organismo for tratado e percebido como um sistema complexo que, se apresentar uma falha de funcionamento em qualquer um de seus órgãos, o todo poderá entrar em colapso. Para entender exatamente o que quero demonstrar, pense no corpo humano. É um sistema extremamente complexo formado por uma infinidade de órgãos e de mini sistemas. O que ocorre se um desses órgãos falhar? Se o coração parar de funcionar ou funcionar de forma inadequada? Se o sistema circulatório sofrer alterações? O mesmo ocorre com a empresa, por ser este também um organismo vivo.
As maiores dificuldades encontradas pelos empresários são as relacionadas com as áreas financeira e organizacional, o que dificulta ou mesmo inviabiliza o entendimento do sistema como um todo. A conseqüência primeira desta dificuldade é a incapacidade de planejar. E uma empresa sem planejamento não consegue sobreviver, pois vive num constante piloto automático sofrendo todos os danos causados pelas correrias do dia-a-dia.
Planejar significa projetar o futuro com base nos dados do passado e de olho nas tendências; significa que existe uma meta que se quer alcançar; significa traçar um conjunto de ações, muitas vezes de mudanças, para tomada de decisões. Para isto é necessário conhecimento. Não basta ter informações, é preciso que as informações se transformem em conhecimento vivo, utilizável, aplicável.
O empresário precisa buscar ajuda para adquirir esses conhecimentos em instituições que prestam serviços de consultoria, tais como instituições públicas, universidades ou consultores independentes. Isto dará ao empresário não apenas a aquisição dos conhecimentos necessários, mas mais tempo para se dedicar ao que mais sabe fazer.
O empresário precisa perceber que o que se despende financeiramente na busca de conhecimento e no planejamento de sua empresa não é custo e sim investimento, e empresa alguma, seja ela micro, pequena ou transnacional, sobrevive sem este investimento.

[1] Fatores Condicionantes e taxa de mortalidade das MPE´s. v 1, ago/2007, http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/E96170128C8D5ED9832573460063C25B/$File/PP141.06_Relat%20final_SEBRAE%202003.pdf, Acessado em: 25/02/2008.

Escrito em fev/2008

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